Ofuscamento, o vilão desconhecido
A maior deficiência nos projetos luminotécnicos brasileiros é o grau de UGR.
UGR é o índice de referencia para ofuscamento unificado segundo a base do CIE (commission internationale de l’eclairage)
Alguns acreditam que o ofuscamento é produzido pela quantidade de luz (iluminância), portanto é necessário esclarecer.
A Luz é essencial à nossa existência porque regula nossa fisiologia. (ciclo circadiano)
Durante o dia, a luz natural solar é a melhor fonte porque além de iluminar o ambiente regula todo o nosso sistema endócrino.
Necessitamos em alguns casos de iluminação artificial e ao projetar devemos levar em consideração que a exposição irregular à luz artificial é prejudicial de diversas formas ao nosso organismo, sendo responsável por doenças oculares, diabetes e câncer entre outras patologias.
O ofuscamento apesar de muito comum é muito fácil de controlar.
Ele é causado pela fonte de luz, e não por sua iluminância como muitos proferem.
Imagine você em um dia lindo de sol na praia com aquele céu azul lindo, céu de brigadeiro.
A Iluminância medida neste dia possivelmente vai estar em torno de 100mil lux.
Incomoda?
Não, é revigorante.
O que não pode é você ficar olhando interminavelmente para o sol, no caso a nossa fonte de luz.
Com certeza você vai ficar cego.
Qualquer lesão causada por ofuscamento pode cegar e não somente a causada pela luz do sol.
Qualquer fonte de luz por algum tempo de exposição causa lesões na mácula do olho.
Todas elas, algumas em maior grau e outras em menor grau. (inclusive a tela do nosso computador, smatfone, tablet etc)
A pior é o xênon, você já pode ter passado por esta situação na estrada, seu olho começa a doer e você percebe uma luzinha no seu retrovisor, é um ofuscamento refletido de uma intensidade tão forte que causa dor.
Se for um ofuscamento direto você cega por um período de tempo porque a mácula do olho sofre uma pequena lesão, aquelas bolinhas que acompanham o olhar e desaparecem com o tempo são um sinal de ofuscamento.
Lesões recorrentes podem provocar doenças relacionadas a visão e até um descolamento de retina.
Entenda que seja lá qual for a fonte, a luminária precisa ter um controle de ofuscamento, seja por refletor, aletas, difusor prismático, opalino ou um acessório anti-glare.
Existem diversos tipos de proteção para o ofuscamento, o mais comum são as aletas, mas podemos encontrar colmeias e outros tipos aparatos para a proteção dos olhos, cada tipo de aplicação ou luminária tem as suas soluções.
Sendo que o melhor projeto de iluminação é aquela onde não é possível identificar a fonte.
UGR é normativo. Quanto maior a exigência de concentração à tarefa, maior a exigência em controle do ofuscamento.
A fonte além de danificar a mácula do olho, causa uma distração na tarefa, diminuindo o rendimento.
Grosso modo, vale a regra: “se eu não estou vendo a fonte, meu espaço está bem iluminado”.
Caso contrário, é melhor rever o seu projeto.
Ganhador do Lighting Design Awards 2010 (office soltion) , Licht + Kunstlich não utilizou luz no forro como você pode observar. O projeto luminotécnico foi desenvolvido em parceria com a empresa Maki arquitetura a fim de aproveitar a luz de maneira eficiente com total controle de ofuscamento.
Créditos: http://www.cie.co.at
Texto: https://www.linkedin.com/pulse/ofuscamento-o-vilão-desconhecido-silvia-carneiro
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